quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010
Revirando o Baú: Guerra dos Mundos de 1953
A Primeira Invasão! Clássicos não são criados do nada.Continuando o Revirando o Baú sobre Guerra dos Mundos,como prometido,falarei sobre o primeiro filme de invasão alienígena baseada no livro de HG Wells,produzida por um dos Godfathers do sci-fi moderno nos cinemas, George Pal e dirigido por Byron Haskin (Ilha do Tesouro).
Começando um filme em uma narração mostrando que os marcianos estão a procura de um novo planeta para colonizar.O abuso deles a natureza de seu próprio planeta fizeram virar seus olhos à Terra,onde numa pequena cidade da Califórnia o cientista Clayton Forrester(Gene Barry) e a jovem Sylvia Van Buren(Ann Robinson) se vêem numa situação complicada quando os aliens chegam ao planeta causando destruição por onde passam.As armas mais modernas da época,nem mesmo a bomba atômica conseguiram parar as maquinas,deixando o futuro da humanidade nas mãos do destino.
Como eu já disse acima,clássicos não são criados do nada.Com a corrida espacial em plena propulsão e tecnologias surgindo toda hora na década de 50,um filme que trouxesse a tona não só esse lado tecnológico como político tinha que aparecer.Os direitos do livro estavam com a Paramont desde 1322,mas só foi em 1951/52 que George Pal conseguiu fazê-lo de fato.Antes deles outros diretores tentaram,como Ray Harryhausen(que até chegou a fazer um teste em stop-motion dos aliens) e até mesmo Hitchcock.
Certas coisas no filme são tão simples de tão geniais(como,por exemplo, em que momento os marcianos foram pra terra) e mesmo dando pra ver as cordas prendendo as naves,eles não deixam de ser impressionantes e ter seu charme, destacando as maquetes extremamente bem feitas.O fato de eles até corrigirem certas coisas que talvez o orçamento da época não deixasse fazer foi bem bolado.
Mas o filme é tão divertido de se ver que você nem percebe a carga política da coisa.Década de 50,a caça as bruxas de Eisewhoer (é assim que se escreve?) gera um pânico descontrolado e um sentimento de ódio pelo comunistas, que no fim das contas são também pessoas,só que com idéias políticas diferentes das nossas.O exagero de transformá-los em bichos-papões fizeram esquecer que no fim das contas,somos todos humanos,e querer sempre mais e ser o melhor nunca vai poder de fato encerrar aquilo de ruim que começamos,porque nós alimentamos a própria guerra.Isso no filme é mostrado quando até mesmo a bomba atômica não dá cabo nos invasores,deixando o destino mostrar sua influência.
Ponto negativo na minha opinião? O final original continua o mesmo (a bactérias ruleiam e acabam com os aliens) mas ficou uma forte impressão de interferência divina ali no meio,como se no momento mais difícil o “milagre” acontecesse.Mas não chega a estragar a experiência que é assistir o filme.
Nota:9,0