sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Palavras a 100 p/hora: Massa-Véio, Pipocão e a arte de só se divertir

Desenterrando e iniciando o primeiro Palavras a 100 p/hora de 2010, onde se fala de assuntos polêmicos (ou não) sem frescura, sem polêmicas, sem cagação de regra ou coisas do tipo,se diz a opinião direta e francamente. E vamos iniciar esse ano com muitas explosões,slow-motion e gostosas.E porque não alguma diversão?

Eu não gosto de ver as pessoas falando coisas como “ah,esse filme é do tipo que se deixa o cérebro do lado de fora”.Se você fala isso, já se sabe ou se espera como deve ser o filme a ser visto.O que eu acho que acontece hoje em dia é a banalização do termo massa-véio, e da degradação dos filmes pipoca.

Explicando: graças a internet temos um excesso de informação e opinião saindo por todos os lados,da maioria das vezes muito lixo, e ainda por cima tornou os nerds (que como um assumo que somos foda,porem muitas vezes chatos) mais chatos ainda.Não estou generalizando, mas se perdeu o prazer de se divertir com um filme sem que dali você ache a verdade da vida ,o universo e tudo mais.

No anos 80, quando explodiu o “gênero” pipoca, de fato eles tinham um pouco mais de conteúdo, historia, etc. Mesmo que não tenha uma historia coesa, tinha aqueles filmes de ação que eu chamo de “filmes Domingo Maior”, onde o que importava é ver a ação se desenrolando, por mais tosco ou ruim de fato se pareça.Reza a lenda, que o que hoje alguns chamam de “massa-véio” surgiu em O Retorno de Jedi.mas ele seria o pai dos filmes pipoca? È fato que tem vários elementos ali, mas em geral filmes feitos par divertir o publico existem há muito mais tempo que a gente.
Respeite os classicos,SEMPRE!

O que eu vejo como um problema é a presença dos filmes pipoca hoje em dia.Como disse acima, há uma necessidade de trazer sempre uma obra mais completa ,ais detalhada e profunda que a outra.Não que eu não curta isso,porque eu gosto de filmes de conteúdo, seja eles originais do cinema ou adaptações de outras coisas, mas o que importa é que seja BOM. Hoje em dia,há um preconceito contra esse tipo filme, como se todos fizessem parte do mesmo saco.

Atualmente, em boa parte dos grandes filmes roteiro é deixado de lado.Mas não signifique não que existem filmes pipocão bons, mas hoje em dia é predominante que o visual seja mais importante que o roteiro em certas produções.Pegamos por exemplo Transformers.Sou fã dos robôs gigantes, e no primeiro filme, é basicamente um filme que segue a linha do Spielberg de trama,mas dirigida e com alguns pitacos dos Master Baysplosion Michael Bay. Mesmo com o dedo do Bay ali, ainda era um filme divertido até então.Aí vaio a grana,e a liberdade de Michael ter bem mais liberdade e fazer o que quiser, causando o vídeo-clipe mais cansativo da historia, Reavenge of The Fallen. Os aspectos positivos foram que de fato foi um filme dos robôs e a porrada, afinal ver eles descendo o braço daquele jeito foi épico.Mas de resto foi completamente dispensável, e rendeu um dos grandes defeitos dos filmes massa-véio de hoje: ofender a inteligência do publico, isso é péssimo pro ponto de vista do telespectador. Bay prometeu se aprofundar de fato na historia nessa terceira parte,mas só o tempo dirá se de fato ele cumprirá a promessa.Se Uwe Boll fez um filme bom, eu acredito em tudo...

Um exemplo positivo que posso citar aqui é GI Joe: A Origem da Cobra.Foi enxuto, bom, não ofendeu a minha inteligência, pelo menos.Foi feito e pensado como se fosse feito nos anos 80 ,em termos de estrutura. Foi fiel, até certo ponto,de atrair os fãs mais velhos e gerar novos. E acima de tudo diverte e te deixa com vontade de rever-los novamente. Não é uma diversão descartável, como a maioria dos filmes que se propõem a ser assim e os produtos massa-véio do Mark Millar.

O ultimo a ser citado por mim é Avatar,de James Cameron, e quino caso temos um péssimo produto, como já falei em minha resenha.Ele tem o direto, como qualquer um, de pegar uma historia clássica, e reformular ao seu bel prazer.Mas o que ele fez foi sacanagem, copiou safadamente Pocahontas, misturou com certos elementos de sci-fi, e fez o “filme revolucionário” da nossa década.Um fiapo de historia com efeitos muito,muito bons,e nessa parte eu concordo.Mas gerar a grana que fez, particularmente achei injusto,e encoraja Roliudí a se repetir e não se arriscar em novos caminhos.Claro, a reação que um publico vai ter em relação a um filme não é controlada, mas pelo menos o melhor e mais lucrativo filme dele continua sendo o filme do Aquaman (RS).

No fim das contas,o que quero dizer?Há filmes pipocas bons SIM, o que se tem de fazer é o que vocês provavelmente fazem com qualquer outra coisa: separar o joio do trigo.Saber curtir de fato um filme que esteja lá pra divertir, nada mais do que isso, e fugir daqueles que ofendem teu bom senso.Porque você nunca verá um Comando para Matar feito por Almodóvar e O Sétimo Selo feito por Michael Bay.Aceite e siga sua vida.