segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Review: Robocop (2014)


Quando anunciado o remake do clássico Robocop, a reação foi a mesma de qualquer anuncio de remake de uma amada franquia: ninguem achava que a ideia era boa. A coisa mudou um pouco quando surpreendente o anunciado diretor do projeto era ninguem menos que José Padilha, diretor dos dois 'Tropa de Elite', porém de medo de alguns continua. Com o lançamento do filme, temos um resultado com um tom bastante diferente do original, e por isso mesmo isso se torna o seu grande triunfo.

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

Homem de Ferro, 'Hail to the King' e os pecados da Marvel Studios

Um texto que também pode ser chamado de "Porque perdi meu respeito pela Marvel Studios." Contém spoilers de 'Hail to the King'.


Bem, como vocês viram, eu gostei de 'Homem de Ferro 3'. Demorou um pouco para ser digerido para que eu entendesse ele ao todo, mas quando aconteceu fiquei muito feliz pelo resultado. 'Homem de Ferro 3' e em menor escala 'The First Avenger' são, pra mim, os únicos filmes realmente autorais da Marvel Studios, filmes onde a visão do diretor se sobrepõe as vontades de um estúdio que tem abertamente idéias bem especificas sobre como devem ser o que devem acontecer em seus filmes. Não que os outros estúdios hollywoodianos sejam santos que deixam todas as suas decisões no colo dos diretores que assim trabalham livremente, mas os filmes que conseguem ter certo poder autoral da parte criativa são aqueles que equilibram este lado com os interesses do estúdio que de fato os banca o custo para eles acontecem, e os diretores devem de fato lutar por isso. E assim voltamos a Homem de Ferro 3, e o One-Shot derivado deste filme 'Hail to the King', que o ódio pelo que fizeram dentro deste curta me faz agora escrever explicando meus pontos de vista de porque Marvel Studios perdeu o meu respeito por não se manter com as coisas que faz.


Mas antes de mais nada, explicando: eu adorei o curta em si. Ele é muito bem feito, engraçado e tem ótima atuações do Ben Kingsley e do convidado especial Sam Rockwell. É bem escrito e dirigido. O curta em si é muito bom, mas são as consequências dele que me enfurecem. O porque disso? Ele colocam que existe de fato um Mandarim lá fora, aquele que seria 'O Verdadeiro', e basicamente jogaram no lixo não só os acontecimentos feitos em 'Homem de Ferro 3', mas também tudo que a trilogia de Tony Stark construiu, e pior, mostra que o estúdio não tem bolas de sustentar suas escolhas e nem tem confiança nas escolhas que os diretores fazem. Mas antes de seguir, veja o que Drew Pierce, o roteirista de IM3  e HTTK disse sobre essa decisão:

"Oh, sim, totalmente, mas eu odiaria que pensassem que eu estava pedindo desculpas por um twist que eu estou profundamente orgulhoso. Sinto-me que teria sido desonesto com 'Homem de Ferro 3' se tivéssemos feito Trevor o verdadeiro Mandarim depois de tudo e foi um blefe duplo. Eu acho que as ligações com esse curta podem levar a todos para um lugar mais emocionante e espero que não traia a intenção de 'Homem de Ferro 3'."

Bem, pontos de vista é um negócio complicado. Tem gente que achou uma porcaria 'Homem de Ferro 3' exatamente por causa do twist, tem gente que gostou. Há uma certa dificuldade da parte dos leitores de quadrinhos em entender que filme é filme, HQ é HQ, e os dois tem que funcionar de maneiras diferentes pois são mídias diferentes. No caso da trilogia, e o que foi mostrado muito bem em IM3, é o poder do icone não está no simbolo em si, mas sim nas pessoas. Os Dez Anéis existem, mas nos filmes do Jon Favreau nunca ouve de fato uma citação que o Mandarim existia, e ele funcionava muito bem assim, como um mito, um líder sem rosto do qual aqueles terroristas seguiam. Tony Stark em si se vê como um icone, um simbolo, e o peso do que isso representa no primeiro filme, assim como na sequência é mostrado as consequências de não assumir suas responsabilidades como tal, seja para manter sua imagem ou para combater com seriedade aqueles que se tornaram ameaças obviamente por ter se inspirado e crescido a partir dele, mas com intenções completamente opostas.


E assim chegamos a Homem de Ferro 3, onde Tony Stark não consegue mais se desvincular o homem da maquina, a força criativa do simbolo que ele criou, e todo o filme é sobre ele redescobrindo seu real potencial, e literalmente explodindo o elo entre o que ele é a imagem que ele criou, no caso as armaduras. Killian entendia mais do que nunca a força do simbolismo, criando um Mandarim que ele precisava com Trevor Slatery e seu próprio "Mandarim interior". Ele entende que precisava vender uma imagem não só da ameaça que faria ele lucrar, mas dele mesmo como homem de negócios e pessoa. Ele se tornou o simbolo, e isso o levou a sua ruína. Entendeu o padrão mostrado até aqui? O simbolo é nada, nós fazemos ele ser grande, enquanto a grandeza mora em nós mesmos. Como eu comentei em meu review, e que novamente comprova o que foi dito: "Killian criou todo um mito do Mandarim que foi seguido por vários terroristas (como Raza e seus asseclas do primeiro filme), e mesmo que a maioria nunca tivesse visto ele na vida, eles seguem essa filosofia, agindo perante seus ensinamentos e alimentando o mercado da guerra e fazendo empresas como A.I.M crescerem. A decisão de dar ao Mandarim uma imagem é explicada no filme não só como uma teatralidade nesse tempos cheios de super heróis e vilões, mas também para dar um alvo a ser perseguido e nunca encontrado."


No caso, Drew fala o que acontece no One-Shot não iria afetar Homem de Ferro 3, mas no fundo, afeta todo o conceito da trilogia, e pior, joga fora todo o conceito que foi construído, além de botar seu factualmente único Filme de Autor da produtora no lixo. E se isso foi realmente planejado antes do filme ser lançado, é pior ainda, pois deixaram o cara fazer mas não tinham fé na ideia, e por isso mesmo, então porque não ter colocado o mandarim considerado "clássico" desde o começo? Partindo para uma inevitável comparação, para o bem ou para o mal a DC Comics pelo menos confia nas escolhas que faz, seja qual mídia for, mesmo que os resultados não sejam positivos para todos. Mas eles não vão, por exemplo, tirar o Jesse Eisenberg ou o Ben Affleck de 'Batman/Superman' porque os fanboys reclamaram na internet.


Mas aparentemente isso não é um problema para a Marvel, porque tanto a entrada de Shane Black para a franquia Homem de Ferro assim como o consequente desrespeito com o trabalho do mesmo mostrado foram para tirar dinheiro dos fãs, apesar de que na real, o que acontecem nos One-Shots não afetam a maioria pagantes desses filmes, que adivinhem, não leem quadrinhos. Mas pra quem acompanha e consume quadrinhos, muitos vão considerar isso uma vitória, só pelo fato de ter outro Mandarim por aí que seja considerado mais próximo das HQs, mas eu acho que não. 'Homem de Ferro 3' conseguiu achar soluções extremamente criativas e funcionais para adaptar o Mandarim (exceto o jeito cômico que utilizaram para revelar o twist), e que como dito aqui, estava em completa sintonia com o personagem e com os temas até então propostos pelos filmes da serie.


E apesar de estruturalmente ela merecer palmas pelo o que ela fez ao mercado do cinema, a Marvel como produtora não procura balancear a qualidade de todos os seus filmes de maneira alta e igualitária (eu sei que isso é difícil, mas não tem como ver ver, por exemplo, os filmes do Thor e achar que não é proposital), porem o que eu acho que 'Hail To The King' fez  é desrespeito, não somente por quem assistiu mas especialmente com quem fez o filme. Obviamente não vou deixar de assistir seja lá o que eles forem fazer, mas meu respeito pelos projetos deles, que já não eram tão grandes assim, não terão tanta antecipação de minha parte, por saber que eles  vão sempre procurar ter a grana deles seguras em suas escolhas sem sal e para agradar um nicho ao invés de procurar fazer filmes de verdade. Saudades dos tempos do Hulk do Ang Lee...

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

5 Contra 1: Coisas a serem ditas sobre Jesse Eisenberg e seu Lex Luthor

Escrito por Diogo Oliveira. Publicado originalmente em Batmania Rio.


"I got something to say..." mas não, não matei seu bebê hoje, mas devido a bomba jogada pela Warner e tornando Jesse Eisenberg oficialmente o novo Lex Luthor dos cinemas merece ser comentado por aquele que vos fala. No caso irei procurar explicar para você porque isso é uma boa ideia, e como poderia funcionar e se desenvolver este novo Luthor, que como sempre pela reação exagerada dos fãs já está manchado como Persona Non Grata do mundo nerd. Bem, pelo menos Ben Affleck agradece o desvio de atenção.

5) Você já viu esse filme antes...

"Oh meu deus, o cara de 'Coração de Cavaleiro' vai fazer o Coringa! Nolan não sabe o que está fazendo!" "Serio que a princesinha de 'O Diário de Princesa' vai ser a Mulher Gato?" "Um inglês como Superman, que ultraje!" "O ridículo do Tocha Humana como Capitão América? Isso nunca vai dar certo!" Não preciso falar para você que é melhor julgar quando ver, não?

4) Atualiza o perfil do personagem.

Lex Luthor foi sempre visto como um gênio do mal, e dentro disso já teve várias facetas. Mas aquela que mais permaneceu com o tempo foi a de bussiness man. E se vermos as ultimas pessoas que ficaram ricas com o advento da Internet e das novas tecnologias, elas não são exatamente senhores de idade. A lista dos jovens mais ricos do mundo tem muitos investidores ligados a Internet e inovação tecnológicas, perfil que claramente o ator de 30 anos (mesma idade do Henry Cavill) se encaixa perfeitamente, e que pretende levar isso ao Luthor da nova geração.

3) Dá pistas sobre as influências dos personagem

Bem, já sabemos que teremos um Lex mais jovem no filme, e até mesmo pelo porte do ator, não espere ver ele em armadura lutando mano-a-mano com o Superman. Um personagem extremamente cerebral e utilizando de suas tecnologias e contatos para derrotar o Superman é algo já visto em 'O Legado da Estrelas', HQ que influenciou fortemente 'Man of Steel', então não vejo porque não voltarem a revista para construir seu Lex. Além disso, criando seu próprio "herói" (seja ele quem raios for: Metallo ou Doomsday, ou nenhum dos dois) para combater a imagem do Superman remete a ideia mostrada em 'Lex Luthor: Man of Steel', que é obrigatório ter elementos da revista no filme por ser a Bíblia de tudo que você precisa saber sobre o vilão, basicamente falando.


2) Ele não é o Michael Cera

O porque dessa piada aqui? Apesar de ser da mesma geração que conseguiu se consolidar em filmes do gênero de comédia, Eisenberg tem inúmeros trabalhos que comprovam o contrário, que ele tem o talento necessário para ser um memorável Lex Luthor. Temos 'The Double', seu próximo filme, dramas como Night Moves, Holly Rollers, The Living Wake e A Lula e a Baleia. E Jesse ainda mantém a tradição de atores que concorreram ao Oscar fazerem Lex Luthor nos cinemas com sua atuação fantástica em 'A Rede Social', que certamente vai ter elementos dali em seu Luthor.



1) Possibilidades, muitas possibilidades.

E sim, exatamente pelo fato de que teremos um Luthor mais jovem que abre as oportunidades de trabalhar de várias maneiras diferentes aquilo que já conhecíamos do personagem, assim como foi feito em 'Man of Steel'. Além das óbvias diferenças físicas entre Eisenberg e Cavill (que ainda vai tornar a diferenças cérebro vs músculos ainda mais evidente), também temos o fato de saber o quão genial ele é e como construiu seu nome (foi herdado a empresa do pai ou ele construiu tudo sozinho?), os conflitos gerados também com Bruce Wayne e Lex pelo seu pontos de vista de comandar o negócio (e também seu segredos sujos de trabalho), além de seus próprios planos para a Trindade (Doomsday? Metallo? Qualquer outra coisa?). Apesar que eu tenho uma teoria de como Lex Luthor, Mulher Maravilha e os Novos Deuses se conectariam nisso tudo, mas isso fica pra outro texto (caso eu escreva de fato...)

E por hoje é só, comenta sua opinião sobre esta polêmica contratação abaixo!