segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Revirando o Baú: Guerra dos Mundos (2005)



União.Uma palavra em momentos difíceis pode fazer toda a diferença.Nos momentos alegres, nos tristes e nos momentos de medo,haverá sempre alguém que tenta nos ajudar e impedir que fizéssemos uma loucura.Ou que no torne loucos.

Não só a união entre pessoas, mas também a união como ambiente, do qual sua mínima peça pode causar grande estrago na engrenagem.Nada no mundo é inútil,todos fazem parte de algo maior, de um sistema que funcionam continuamente e que somos partes deles, certamente não consciente disso.

O abismo também contempla,como diria Alan Moore (e mais gente alem dele) e o desconhecido também espreita.Estamos sozinhos no universo, e se não estivermos serão seres tão escrotos quanto gente os melhores que nós? Como agiríamos diante de um ataque?

O que os parágrafos anteriores tem em comum?Todos eles são temas abordados em Guerra dos Mundos, filme de sci-fi de 2005 que trouxe a adaptação do livro do grande HG Wells de novo para a telas na visão de Steven Spielberg. Diferente da sua outra abordagem com extraterrestres até então fofos,gentis,ou só aliens do bem, as coisas ficaram um pouco mais densas com o seriado Taken, e em W.O.W (War of The Worlds, não o destruídos de vidas sociais World of Warcraft) a coisa fica realmente pesada.Mortes,abdução e muita tensão num clima dark até então muito tempo não abordado de maneira seria por Roliudí no quesito Ets.

A nova versão mistura certos elementos do filme original de 1943 (que certamente ainda falarei dele aqui) com certos fatores que o faz ficar mais fiel ao livro original, apesar de mostrar a historia de um ponto diferente do que estamos acostumados. Do lugar de mostrar o exercito lutando contra a invasão, as táticas do governos, e explosões que fariam Michel Bay corar de felicidade, o foco da historia se concentra na sobrevivência e união de uma família desestruturada enquanto o mundo é “invadido” (vai entender o entre aspas mais a frente) por alienígenas nada amistosos.

O filme mostra Ray (Tom Cruise), pai separado que parece ter saído direto de um álbum do Bruce Springsten, recebendo em casa seus dois filhos Rachel (Dakota Fanning, que nunca gostei como atriz (Abgail Breslin RLZ!!!), mas que está altamente pegável hoje em dia) e Bernie (Justin Chatwin, ser humano que fizemos questão de esquecermos junto com Dragon Ball Evolution). Um pai imaturo com dois filhos diferentes entre si, mas que não são tão ligados ao pai, são testemunhas oculares do ataque de seres de outro mundo que querem transformar a terra em seu novo lar, na marra. Agora, Ray terá que manter seus filhos e sua família unida e a salvo, enquanto amadurece como pessoa, e ruma para Boston ao encontro de sua ex-esposa e mãe de seus filhos Marrie Ann(vivida pela mulher macho mais foda da Terra Média, Miranda Otto).

E os ETs, como são? Parabéns a Steven e o roteirista David Koeep por não usarem os clichês dos gênero,abrindo ótimas possibilidades para com que trabalhar.dá para entender ,pela narração inicial de Morgan Freeman, que o planeta dos aliens foi destruído por eles mesmos e mandaram as naves a terra a milhões de anos atrás.Enquanto isso,eles só nos vigiavam e esperavam o momento certo para atacar.Ou seja, de certo modo eles agiam com na base na ciência, como se fosse bactérias em um grande copo d’água sendo vigiadas num microscópio.

Destaco aqui os fantásticos Tripods, as naves dos aliens, que realmente se assemelham a seu usuário e que são metade orgânicos, metade mecânicas. Causam um estrago tenso, e são uma beleza de se ver na tela.Novamente vemos sobre o elo, sobre a união entre seres (no cão piloto e nave, ambos orgânicos) do qual está também concentrada a chave da vitoria humana.

Os Invasores soltavam um liquido vermelho que transformava o nosso ambiente em algo parecido com todo planeta deles, mas foram as nossas bactérias que estão em todo lugar no nosso planeta que faz suas defesas baixarem e que os aliens perecessem. Assumo que de cara não tinha gostado muito do final, mas faz sentido com o livro, já que lá um resfriado faz ganhar a guerra.No filme, novamente temos a idéia de que nada na natureza é descartável, tudo faz parte de algo maior.Os humanos não estão aqui só para enfeite, sobrevivemos por que nós somos a melhor engrenagem criada naturalmente.No caso, a natureza mostra novamente quem manda de fato na terra...

Outra coisa a citar é que Spielberg estava numa fase mais adulta nessa época, saiu de Munique e partir para a Guerra dos Mundos.E isso foi ótimo pro filme,mostrou os EUA completamente fragilizados,sua população em pânico e mortes e mortos, mostrados de maneira explicita ou não,mas que funcionam muito bem em seus momentos mostrados.A cena que Rachel vê um rio de mortos (literalmente) é arrepiante,junto com a tensão gerada em toda cena no porão de Harlan Oglivy (Tim Robins).Vemos no auge do desespero, o demônio de todo homem (lives on your own!) florescer e muitas vezes perder a cabeça.

No fim das contas, a nova versão de Guerra dos Mundos é um prato cheio pra quem curte o gênero, e com uma mensagem ecológica/política/filosófica não só sobre o nosso presente e futuro, mas na nossa própria natureza, e que as vezes esquecemos como podemos ser tão frágeis quando o vidro, ou tão fortes quanto o pedra ou duradouros como o tempo.

NOTA: 9,5

OBS:Gene Barry e Ann Morrison, atores do filme de 43, fazem uma ponta nessa versão de 2005.Um Revirando o Baú do Guerra dos Mundos clássico irá sair, prometo!