quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Review - Dylan Dog: Dead of Night



Também conhecido no Brasil como As Criaturas da Noite, que me lembra e muito uma música do Kiss.

Finalmente chegou a adaptação da HQ classica italiana feita por americanos dirigida por Kevin Munroe (do ultimo filme feito das Tartarugas Ninjas), e que em seu processo de produção manteve constante contato com seus fãs via blog e mantinha sempre informados, com franqueza (coisa rara entre os estudios de Hollywood) sobre como andava a situação da produção.Com ele finalmente lançado mundo afora, ele se saiu bem como adaptação e filme? Vejamos abaixo.

A história do filme mostra Dylan Dog (Brandon Routh) vivendo em Nova Orleans onde a comunidade de monstros é bem estruturada e vive secretamente sobre o olhar dos humanos. Deixando de investigar o sobrenatural para se tornar um investigador comum, que flagra maridos com suas amantes, junto com seu atual amigo Marcus (Sam Huntington).Quando um Lobisomem mata o pai de Elisabeth (Anita Briem), o equilibrio do mundo sobrenatural está em jogo, especialmente quando uma série de assasinatos feitos por um zumbi fora do comum, um artefato do juizo final e os boatos de Caçadores de Monstros voltando a ativa, Dylan Dog precisa voltar ao universo que jurou antes se distanciar após uma tragédia pessoal.

O filme trás uma interessante versão da dinâmica entre os eternos rivais, vampiros e lobisomens, como eles fossem máfiosos vivendo a espreita, só que nesses casos seus negócios inescrupulosos tem mais a ver com o sobrenatural.No caso os lobisomens de Gabriel (Peter Stormare) de está mais para a máfia italiana, enquanto os vampiros liderados por Vargas (Taye Diggs) está mais para os traficantes do estilo gangsta rap. Já os zumbis são estão muito mais espalhados dentro de nossa sociedade, trabalhando em muitos dos serviços basicos, especialmente comércio. Todo o filme tem um clima de suburbio europeu interssante, como se os locais e as caracteristicas de quem vive lá se encaixassem perfeitamente com a periferia de Londres.

Apesar de como a força que esse mundo é introduzido a personagem Elisabeth não ter sido a mais original de todas (me lembrou muito MIB) a forma como as lendas são trabalhadas e retratadas são bastantes interessantes e até então com um certo frescor a partir do que se conhece do básico.Pena que a cena que mostra a fusão de dois desses monstros foi cortado, mas caso o filme tenha uma sequência (só Deus sabe) certamente ele deve aparecer em cena.O fato do visual dos vampiros e lobisomens remeter muito obras de decáda de 80 e 90, como Buffy e Os Garotos perdidos, não chega a incomodar.

Muitas polêmicas vieram a tona com o fato da história não se passar em Londres (cidade do Dylan Dog nas HQs), muitos ficaram preocupados se o personagem seria bem retratado nas telas.Mas isso os fãs não devem se preocupar, porque em termos de personalidade e de como age, Dylan Dog no filme esta muito parecido com o da HQ. Muito das gags do filmes são relacionadas a piadas internas sosbre o personagem ou sobre a dinâmica entre os monstros do filme.A flauta, a aversão a tecnologia, o modelo do carro, está tudo presente ali.A unica coisa acresentada pelo filme foi a presença de Cassandra, sua ex-namorada assasinada por vampiros, que fez Dylan Dog saisse do controle, que acabou levando a sua aposentadoria.

Citações bacanas a Bonneli (Comics) e (Vincenzo)Sclavi, no caso editora e criador do personagem, são bem representados em papéis dentro do filme, assim como o elo direto com as HQs numa peça do cenário essencial, que é a mesa onde várias das citações aparecem, que faz uma ponte entre a revista e o filme sem afetar "o canône".E Brandon Routh fez um surpreendentemente otímo Dylan Dog, e sua interação com seu amigo e recém-zumbi Marcus, outro bom personagem bem explorado no filme, é bacana de se ver.

Bem, falamos das qualidades, agora vamos aos defeitos do filme.Apesar de Anita Biem ter feito um bom trabalho, não achei que a dinâmica romântica do filme funcionou bem o suficiente para que quando o plot twist do terceito ato começasse, você como plateia se importasse com isso, já que dentro do filme, Dylan não parece se importar muito com ela neste ponto.E isso não deixa uma virada legal do filme ótima como deveria ter sido.

No fim das contas, apesar de se focar mais na ação do que no terror explicito, Dylan Dog: Dead of the Night é um filme divertido e que retrata de forma satísfatória o personagem das telas, apesar de ainda não ter sido a adaptação ideal. Apesar de não ser tão profundo quanto Dellamorte Dellamore (que não tem vergonha de abraçar um lado trash em certos momentos do filme), Dead of Night tem o seu valor e merece ser conferido pela diversão que ele trás.

NOTA:7.0