Nos anos 80, a mais nova onda surgida no gênero horror eram os filmes slasher. Novos monstros modernos,como Mike Myers de Halloween, Freddy Kruger de A Hora do Pesadelo e Jason Voorhees de Sexta Feira 13. E onde os vampiros estariam neste caso? Um filme que represente bem os monstros clássicos demorou muito pra sair mas em 1985 os filmes foram estabelecidos para um novo publico em Fright Night(Hora do Arrepio).
Seguindo certas premissas clássicas, ao mesmo tempo dando explicação plausíveis a algumas dela, não muda nada da raiz do mito do vampiro criado em Dracula, mas atualiza isso (no caso os anos 80) e põe pitadas de humor dentro da tensão criada pelo fato de Charley Brewster (William Ragsdale) saber que seu novo vizinho Jerry Dandrige (Chris Sarandon) é um vampiro e está cometendo uma serie de assassinatos, afim de se alimentar para sobreviver.
No caso a figura física do vampiro, principalmente quando se transforma mais em besta do que homem, é propositalmente deformada e assustadora. Dedos e unhas alongados como se fossem garras, boca exageradamente expandida como se fosse um animal, contrastando com a aparência sedutora na forma “normal”, como um homem com gostos por roupas modernas e objetos históricos, um deles que possivelmente envolverá a namorada de Charley, Amy Peterson (Amanda Bearse), já que se assemelha a um antigo amor do passado gravado eternamente numa pintura.
Os aliados na tentativa de sobreviver também são importantes, pois são não só reflexos da época, mas estereótipos clássicos de personagens dentro da mitologia do Vampiro.Temos o ator e apresentador Peter Vincent (Roddy McDowall), que fez vários filmes no papel de caçador de vampiros, mas como a nova geração considera “vampiros” algo ultrapassado, se encontra atualmente desempregado.
Temos o amigo de Charley, Evil Ed (Stephen Geoffreys), que é o galhofeiro do qual ninguém liga e acaba sendo diminuído em relação aos outros, se tornando depois mais um vampiro a serviço de Jerry, Amy, a mocinha pura representada pela virgindade e os conflitos da caráter sexual com Charley, e acaba sendo seduzida por Jerry, e por ultimo o parceiro de crimes e fiel servo Billy Cole (Jonathan Stark), que tem pleno controle do que faz e ajuda Jerry por sua própria vontade.
Algo importante a citar é o confronto final, que mostra certas coisas interessantes comum toque de realismo que não estraga no ponto de vista do espectador assistir o filme e enriquece ainda mais a obra. Quando Evil Ed vira lobo (revirando uma das capacidades antigas dos vampiros esquecida pelo tempo) Peter Vincent comete seu primeiro assassinato, é não é algo exagerado como nos filmes que ele fazia, é brutal e realista, mesmo dentro de algo fantasioso. Lentamente Ed volta a ser humano, e agonizando por uma estaca estar atravessado seu peito, lentamente sofre e morre, em um momento que te faz lembrar que um dia aquilo foi um humano, deixando quem assiste por alguns instantes com uma mistura de pena e horror pelo acontecido.
Quando Amy se transforma em vampira, roupas e expressão corporal bem mais sensuais tomam forma, mesmo que isso seja contrastado com sua versão vampiresca. O amor neste está entre aquilo que poder durar um momento e se desfazer da memória ou um elo que pode durar para sempre, mesmo que não fiquem juntos a frente, sempre haverá certo tipo de afeição mesmo que o relacionamento acabe, um respeito mutuo.
A Hora do Espantou ressucitou o gênero de vampiros nos anos 80 e influênciou tudo o que feito dali pra frente (Buffy, Garotos Perdidos, etc), dando um tom para como os vampiros deviam ser apresentados para o publico mais jovem, numa época onde vampiros sugavam o sangue das pessoas e não chupavam rola (maldito Crepusculo), e que se tinha respeito com o mito e sua importância.
Nota: 9.0