segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

CinemaScope: A Era dos Meta-Filmes


Baseado numa materia do /Film vou decorrer sobre um gênero de filmes que podemos definir como predominante no cenário atual. São os filmes sobre filmes ou sobre gêneros, em si os meta-filmes, e sua "antropofagia", e minha opinião sobre isto tudo.

Bem, como a evolução da tecnologia, com o VHS, os DVDs, a internet, o acesso mais facil a cultura em geral permitiu que nesta ultima decada o gênero dos metafilmes, explicado como sendo filmes sobre filmes e/ou sobre uma cultura em geral, se extendesse e se tornasse uma das grandes potências em termos cinematograficos.As mídias estão sempre em constante encontro, um influênciando o outro, desde muito tempo(como Will Eisner ultilizando tecnicas noir e expressionismo alemão em The Spirit) e tendo na decáda de 70/80 no cinema com pessoas como Mel Brooks, George Lucas e Steven Spielberg como grandes diretors desse movimento.Podemos considerar especialmente os trabalhos de Spielberg e Lucas como alguns dos primeiros metafilmes de sucesso. Indiana Jones era fortemente influênciado pelos filmes de ação e aventura pulps da decáda de 30/40 e Star Wars tem elementos de passam por Flash Gordon a 7 Samurais.




Algo também que tem ganhado destaque são os games, e como eles conseguem se parecer cada dia mais com filmes e certos filmes cada dia se parecem mais com games, tendo até atores podendo ser personagens de um jogo.Como exemplo temos o trailer do DC Universe online, e Onimusha 3 com Jean Reno. No cinema, sem sombra de duvidas citaria o não-assumido-filme-de-GTA Adrenalina (Crank) 1 e 2 Prince of Persia (não em relação a trama, mas mas cenas de ação).





Algo que podemos considerar como exemplo na presença desses meta-filmes são as paródias.Não comentando a qualidade delas, mas filmes como Todo Mundo em Pânico conseguem ser um englobado da cultura pop no momento do filme. O que pode acontecer também é sequencias de filmes classicos reverênciarem os antigos (como no caso de Reino da Caveira de Cristal, Pânico 4, Predadores) ou serem filmes que homenageiam certos gêneros (Scott Pilgrim Contra o Mundo). Abaixo tem alguns exemplos citados pelo /Film sobre Meta-Filmes.

Podemos também citar diretores influênciados e que influênciam sendo assumidamente diretores deste gênero de filmes gente como Quentin Tarantino, Robert Rodriguez, Edgar Wright, JJ Abrams. Mas se esse moviemnto trás coisas boas e filmes de qualidades, ela também trás desvantagens, e algumas possibilidades. Patton Oswald, comediante e escritor americano, diz na Wired que os dias da "cultura Geek" estão contados, pelo fato de só estarmos reciclando nosso herois, com uma leve sensação de falsa nostalgia de quem não viveu aquela época ou que está vivenciando isto por modismo, e como isso impede de criarmos novos "ídolos".Veja um trecho do texto:

"Eu sei que parece bacana, mas há um perigo: Tudo o que temos hoje que é legal vem de algo que amamos no passado. As action figures, os videogames, filmes de super-heróis, iPods: Todos são continuações de um amor que queremos mais. Já viu figuras de ação dos anos 70, cada um com o mesmo corpo genérico "Anson Williams" e figurino de uma peça com o encaixe grande e desajeitado nas costas? Ou jogou Atari Adventure, encontrado na sala secreta, e pensei, é isso? Todos nós podemos admitir que a batalha final em Superman II parece um comercial local para promover um advogado de danos corporais? E quantas pessoas tiveram suas fitas-cassete da trilha sonora de Repo Man comido por um Walkman?"

Oswald Patton

A webserie "Everthing is a Remix" tenta mostrar que originalidade é algo raro neses dias, abaixo aí está as duas primeiras partes dos 4 capítulos.





E como expansão no que Oswald disse, há outro perigo maior ainda, pelo menos no meu ponto de vista: os remakes. temos algo antigo que supostamente deve ser mudado para atingir novas audiências, mas o que aocntece quando esses remakes são desnecessários? Sendo que a maioria deles não presta, outro agravante, que mesmo se o filme original for bem obscuro, ajuda ainda mais a enaltecê-lo se o remake for ruim.Isso quando é remake de um mfilme atual, mas de outro país, como China, Japão ou Espanha, para ser adaptado aos gostos das plateias americanas. Alguns remakes bacanas: Bravura Indômita, Dukes of Hazard, Esquadrão Classe A, e como oportunidade perdida, podemos citar Furia de Titãs, já que o remake reunia muitos elementos conteporaneos (seja de quadrinhos, games, e até de outros filmes) mas as regravações e a edição cagaram tudo.



Mas não escrevi tudo isso pra não acabar falando minha opinião. Apesar de estar focando a parte de cinema em algo maus multicultural, o cinema em si, assim como qualquer outro nicho cultural, é canibalista no sentido que devora algo velho e cospe algo novo, mas o que difencia o joio do trigo é a qualidade daquilo cuspido. Essa é a ideia de tudo, não que exista mais originalidade do mundo, mas precisamos pegar verios elementos até que um click no nosso cerebro perceba que isso é novo.Pelo fato de ter sido influênciado/copiado certos elementos de uma coisa que esta nova coisa seria não-original.

Tudo é feito a partir de coisas pré existentes, e se games e quadrinhos tem ganhado espaço na tela grande (e vice-versa) é seria natural deles se encontrarem.E sim, temos novo idolos na medida que começamos a conhecer melhor o poder desta ferramenta.Podemos citar Cobb de Inception, Kratos de God of War, por aí vai.Tudo na vida tem seu lado bom e ruim, e neste caso não seria diferente. Somos influênciados e influênciadores, se repitindo e se recriando como os erros e acertos da vida, e esta sim é a maior arma dos Meta-Filmes: constante mudança na intenção de trazer o novo, nunca ao contrário.

Na proxima semana: Ghost Dog!