“Há uma lenda que eles contam nas mais escuras profundidades do Poço, de um Motoqueiro de aço derretido e borracha queimada que corre pela salvação de sua alma...”
Com a chegada de Ghost Rider: Spirit of Vengance mês que vem nos cinemas, resenho aqui o primeiro arco de histórias da equipe criativa que Neveldine e Taylor escolheram para influenciar o próximo filme com o personagem. E como também a Panini planeja relançar a história mês que vem, nada melhor então do que falar sobre The Road to Damnation.
Escrita por Garth Ennis e desenhada pelo talentoso artista Clayton Crain, Road to Damnation é um reboot da história do personagem e um início de um bem elogiado arco de Ennis com o personagem, posteriormente aparecendo Danny Keith e até mesmo outros Ghost Riders ao redor do mundo. Mas antes disso tudo acontecer, vemos o dublê Jonnhy Blaze, que vendeu a alma para salvar a vida de seu melhor amigo, amargar seu castigo no inferno como um Motoqueiro Fantasma, sendo perseguido e morto enquanto tenta escapar do Inferno para todo o sempre. Após receber a proposta do anjo Malachi de impedir que o demônio Kazaan libere o inferno na terra, O Motoqueiro pode encontrar finalmente sua chance de redenção. Mas á muito mais coisas nesta história do que aparenta, e no fim das contas Blaze pode ser apenas um peão num esquema muito maior do que ele.
A ótima arte de Crain, que é um destaque se salta aos olhos tanto nas partes mais calmas quanto nas partes mais grotescas, deixando tudo mais exaltando aos olhos pela paleta de cores, além da extensão de poderes do personagem. Mas a interpretação de Ennis para Jonnhy Blaze é interessante, e reflete diretamente quem faz pacto com o demônio: uma certa ingenuidade diante do desespero de que você não pode escapar do inferno que você criou.Todos os “peões” da história estão presos ao fato que desde o começo estão condenados, já que por detrás as pessoas que os auxiliam estão tramando seus próprios planos enquanto a ação maior acontece.
Destaque para os personagens Hoss e Ruth, que no caso mostram ao espectador como céu e inferno agem diante de uma ameaça, e também refletem como pensam as respectivas “organizações”. O padre Adam (que possivelmente foi uma influência pro personagem de Idris Elba em SOV) é um peão bem utilizado e mostra que sacrifícios a Satanás por alguém que você ama é algo mais comum que aparenta naquele universo. Alias, muito do que é feito no sentido antagônico deste arco é tentar desmascarar a aparente divisão que existe entre céu e inferno, já que ambos os lados aceitam que o mal está em toda parte. Em geral, Road to Damnation se mostra um sólido começo para um personagem bacana e que merecia mais atenção.
NOTA: 8.5