Hoje no Plantão do Monitor vamos a um encontro de gigantes (de certa forma) e uma das histórias “preferidas” do Corto Maltese BWAHAHAHAHAHAHAAHAHA!
No caso estou falando da edição numero #579 da Action Comics, na nostálgica década de 80, que mostra de certo modo o primeiro “encontro” entre dois monstros sagrados dos quadrinhos: Superman e Asterix. A história se chama “Prisioneiros do Tempo: 1986 AC a CCLIII DC” e foi escrita por R.J.M Loccifer e desenhada pelo amigão da vizinhança Keith Giffen.
Numa trama bem no estilo Era de Prata, Jimmy Olsen estava sua com sua “ficante”, uma bela jovem arqueóloga que trabalha no museu de Metropolis. Durante uma tentativa de assalto a esse museu, e com Superman ao resgate dos dois, Olsen acaba quebrando um valioso escudo gaulês, e pede ajuda ao Homem de Aço para voltar ao tempo, coisa do qual ele nega por como aprendeu com papai Marlon Brandon “não se pode interferir na história do mundo”.
Mas no passado, um inescrupuloso bruxo chamado Prolifix vai em direção a uma remota região da Gália em busca da poção secreta do Druida (nomes mudados, afinal, esse não é um encontro oficial, é uma homenagem). Chegando lá, encontra uma situação que se estende a dois séculos: o exercito romano tentando dominar uma pequena vila rebelde durante 5 séculos, nem percebendo que o Império Romano já caiu e que o país está unificado.Se aproveitando da situação, Prolifix invoca do futuro Superman e, acidentalmente, Jimmy Olsen, e dominando o Homem de Aço por magia, vai ao confronto final contra os gauleses.
Interessante o cenário criado ali, no caso aquele que seria o Asterix está morto a tempos, sendo assim um solitário Columnix (o Obelix da história) com seu cachorrinho, e o paralelo feito entre Asterix e Jimmy Olsen, ambos homens fortes não em físico mas em caráter, e o Superman/Obelix, que são demonstrados ali como musculos da equipe, apesar de seu bom coração.Além de demonstrar que praticamente a situação nunca mudou, apesar de que o mundo sim.
Poderia ser uma critica a guerra fria? Bem, é uma das possibilidades. Numa conversa com o Corto Maltese, ele classificou a HQ da qual estou resenhando como uma das “revistas mais abomináveis já feitas”, e chegou a dizer que o filme é uma homenagem não a Uderzo & Goscinny mas sim a Disney (essa eu não saquei, explique nos comentários). [NOTA DO CORTO MALTESE: Na verdade eu achei que o Monitor estava falando do álbum original do Uderzo, Asterix - O Dia Em Que o Céu Caiu que mostra outro "encontro" entre os Gauleses e o Super... esse sim é uma baita de uma porcaria!]
O que se pode mostrar é que, sim, tentam impor uma suposta superioridade americana, simbolizando a evolução, contra o atraso das outras terras a direita. Estou pirando na batatinha? Provável, mas impossível de não fazer um paralelo com a Guerra Fria.
Mas não signifique que a revista, como homenagem e como conto e si, não seja funcional. O final dela, com os gauleses indo em direção ao Valhalla (pelo menos eu interpretei assim) é bem bonita, apesar de não se alongar muito. Tem idéias bacanas lá, mas não conte como se fosse um clássico. Neste caso, apesar das polêmicas posições das quais os personagens foram colocados é uma homenagem valída. Esperem em breve para meu review de outro encontro clássico: Superman e o Coelho do Nesquick ( faz do leite uma a-le-gri-á!)
Nota:5.0