Sempre considerei Jogos Mortais como uma das poucas series de horror/suspense que se estendeu sem perder sua qualidade. Muitos falam sobre a possibilidade da serie nunca ter final, e também que o nível de qualidade decaiu muito devido aos muitos filmes da serie, ambas afirmativas que considero erradas. Jogos Finais manteve sua qualidade sempre que possível no topo, e seu filme final coroa com respostas e um bom final.
Começando no final do sexto filme, vemos agora as cenas acontecendo no ponto de vista de Jill (Betsy Russell), viúva de Jigsaw/John Kramer (Tobin Bell), que a pedidos no testamento do marido, faz que Hoffman (Costas Mandylor) jogue na clássica “armadilha de urso invertida” que tornou Amanda tão famosa no primeiro filme. Sobrevivendo a isso, Hoffman quer vê-la morta,e a única opção de Jill é se entregar a policia, única força policial da serie que ainda não foi chacinada (risos).
Enquanto isso vemos Bobby Dagen (Sean Patrick Flanery) e seu grupo de recuperação das vitimas de Jigsaw, se preparando para saltar em rumo ao sucesso. Entre os integrantes desse grupo de terapia, temos ele, Dr Gordon (Cary Elwes), que não confia muito no projeto de Bobby. Mas Hoffman tem algo preparado para ele, já que toda a historia dele ter participado de uma armadilha foi uma farsa. Enquanto a policia se distraí com outros jogos acontecendo pela cidade, Jill está sobre custódia e Bobby percebe que as vezes a lição precisa ser sentida antes de ser compartilhada.
A trama não procura mostrar novas situações passadas, é tudo certo e direto, rumo a realmente uma finalização da trama criada por todos esses anos, algo que alguns podem reclamar em termos de ritmo, mas que neste filme se encaixa bem para o que é apresentado. Tanto que John, que sempre volta em importantes flashbacks, praticamente não aparece neste, mas quando aparece não é sem motivos. Hoffman não se esconde mais por trás do boneco,e isso permite criar situações onde, como no ultimo filme, fazem as atitudes dos personagens irem para algo mais pessoal. Hoffman pode ser o psicopata que curte punir as pessoas sem se esconder atrás do legado de ninguém.
Algo legal desse filme foi mostrar a situação dos sobreviventes, e mostrar outras situações fora do acontecido dos filmes, expandindo um mundo de forma interessante mas sem a necessidade de aprofundá-lo. E por ser um filme em 3D,achei justa a experiência e as armadilhas ficarem um pouco mais elaboradas nesse filme, coisa que sempre considerei uma desvantagem em alguns dos filmes passados. A tecnologia desse caso ficou bem bacana na tela.
E o final? Não spoilarei aqui.Mas pra quem gosta e acompanha a serie desde o começo, vai se surpreender, muito.Meu cérebro fritou, derreteu, sair pela narinas, entrou em curto e explodiu com os sucessivos mindfucks presentes no fim da trama.As poucas pontas soltas que ficam na trama não precisam ser explicas.Afinal, toda ação há uma reação, e pra toda reação há uma resposta.Alguns vão achar a comparação ousada ou forçada, mas tente ver Jogos Mortais como as historias do Grant Morrison.Não procure ver como algo individual, apesar d funcionar como tal, mas você só realizará seu todo potencial ao ver aquilo como um todo.E sim, esse filme é o final, e assim como nos cartazes,sempre em pedaços nos últimos 6 filmes, o mito de Jigsaw está firme e forte para ser algo solido, e duradouro.Provavelmente não mais no próximo ano, mas enquanto a cobiça pela grana não deixar ele voltar, sua filosofia e afiada rede de historias vai estar sempre na memória dos fãs de horror.
NOTA: 8,5
Alias, relembra a cinesserie nos meus especias; parte 1,parte 2 e parte 3.