sexta-feira, 27 de abril de 2012

Review: Os Vingadores - O Filme


Depois de anos tentando tirar o projeto do papel, 5 anos e 4 filmes-solo de seus integrantes, o projeto de filme de super herói mais ousado até então foi realizado por um diretor cult entre os fãs do fantástico, mas que não teve nenhum trabalho expressivo no cinema (Alien: Ressurreição não conta). Muitas escolhas a serem feitas, muitas formas de mostrar o filme e então ele é lançado. Mas a questão é: conseguiram equilibrar a presença de todos os personagens e ainda por cima trazer um resultado de qualidade? O que eu tenho a dizer é: nunca duvide de Joss Whedon. Review com SPOILERS, então cuidado ao continuar!

 Bem, antes de mais nada, vamos a história: depois de se perder na imensidão do espaço no fim de Thor, Loki (Tom Hiddleston) acaba entrando nos reinos de Thanos (sim, ele aparece na cena pós créditos, que é fantástica, por sinal), onde é treinado e dado uma das Gemas do Infinito, com o objetivo de tomar o Terrasact das mãos da S.H.I.E.L.D e conquistar a terra tendo o apoio do exército de Chitauris (no filme se tornando um exercito meio orgânico/meio maquina e raça alienígena genérica). Após invadir a explodir as instalações da SH.I.E.L.D e levar o Dr Selvig (Stellan Skarsgård) e Cliff Barton (Jeremy Renner) a tira colo, Nick Fury (Samuel L Jackson) decide botar em prática a Iniciativa Vingadores, mesmo que o projeto tenha sido descartado por seus superiores. Reunindo Steve Rogers(Chris Evans), Bruce Banner (Mark Ruffalo) e Tony Stark (Robert Dowey Jr), junto com Natasha Romanoff(Scarlett Johansson), eles passam a caçar Loki ao redor do globo, e após uma batalha na Alemanha, o vilão se rende facilmente. Mas o que ninguém esperava era a chegada de Thor (Chris Hemsworth), mandado a terra graças a seu pai para recuperar o Terrasact e levar o sue irmão a justiça Asgardiana. Nesse momento, o Deus da Trapaça acha uma oportunidade de destruir a equipe por dentro, enquanto os próprios membros da equipe começam a questionar o verdadeiro uso do poder do Cubo Cósmico pelo governo...

 Pra começar, Joss Whedon deu um jeito de equilibrar os momentos entre todos os muitos personagens do filme.Não será um "Homem de Ferro e amigos", muito pelo contrário.Capitão América é o líder da equipe, todos respeitam sua autoridade, e mais do que nunca Chris Evans mostra que mereceu o papel.Tony Stark também aparece bastante, tem sua relevância pra trama, mas não tenta ofuscar ninguém no processo. Particularmente, achei a abordagem do Thor neste filme muito melhor do que em seu filme solo. Você vê nobreza, brutalidade e emoção bastante equilibrados, especialmente nas cenas com seu irmão.E achei a abordagem do Mark Ruffalo pro Hulk fantástica, mantendo continuidade com as coisas que aconteceram no 'Incrível Hulk' (e com coisas que nem apareceram no filme, como a ótima cena do suicídio do começo alternativo), mas ao mesmo tempo mostrando um Bruce Banner que tem controla do Hulk todo tempo, mas não sabe exatamente o que fazer com isso. Em certos momentos ele se deixa descontrolar, outros ele brinca com isso, mas na maioria dos momentos ele permanece tenso por deixar o Hulk dentro dele, mas ainda sim sobre controle.

Sobre o Gavião Arqueiro, nem vou comentar muito, Ele é o Boba Fett, o Daryl Dixon deste filme.Não precisa fazer muita coisa para ser fodão, só precisa estar lá e fazer o seu.A Viúva Negra, da qual já disse anteriormente que uma das heroínas mais fortes do cinema, teve uma incrível evolução por alguém que normalmente gosta de trabalhar com mulheres.Novamente aqui, ela é uma espiã fria, que consegue tirar das pessoas o que quer graças a sutileza exagerada, de misturar o que é real com que é falso para atingir seu objetivo. Se Natasha era uma forte personagem em Homem de Ferro 2, aqui ela faz por merecer um filme próprio.A relação entre os dois é implícita mas bastante forte.

 Porém a força que você vê na Viúva Negra, eu não senti essa força em Maria Hill(Cobie Smulders), que fez um bom trabalho no filme segurando as pontas que Nick Fury nem Phil Coulson poderia prestar atenção no momento, mas não foi nada além disso (mas ela comendo Steve Rogers com os olhos foi sensacional).Você vê muito mais do Coulson (Clark Gregg) em ação (inclusive como o fanboy numero 1 do Capitão América) e o que ele faz de fato na S.H.I.E.L.D, além de finalmente vermos Nick Fury trabalhando e chutando bundas como Nick Fury é sempre algo agradável de se ver, mesmo que em nenhum momento do filme ele não solte um "motherfucker", infelizmente.

Se termos de tom, ele é praticamente um "anti-Nolan" no sentido de, apesar de ter seus momentos pesados, é um filme muito mais descontraído e leve do que por exemplo The Dark Knight.E as piadas, que tem aos montes no filme, nem chegam a atrapalhar o filme, muito pelo contrário, são completamente orgânicas e condizentes com as situações. A escala da ação vai crescendo pouco a pouco, sendo o primeiro ato dominado pelo confronto entre Homem de Ferro e Thor, que francamente foi um fanboy service escancarado e único momento do filme em que achei um pouco forçado. A cena do Helicarrier é impressionante e começa a te animar para o fantástico, e agora sim, épico 3° ato, onde tudo que você queria ver num filme da equipe acontece.E apesar de contido, devido a situação grave que rola ao redor, a luta entre o Thor e o Hulk foi fantástica.

E o que dizer sobre o vilão? Tom Hiddleston já vinha com um ótimo trabalho fazendo Loki, mas dessa vez ele teve possibilidade se tornar mal 100%, mesmo tendo medos e receios perante a consequências de suas escolhas. sua necessidade desesperada de se tornar Dominador de uma raça não o faz enxergar o pacto com o diabo que fez, e nem as consequências obvias de que ele não vai ser líder de nada no novo mundo. Ao mesmo tempo que torna pessoal a rixa contra seu irmão e a todos os vingadores a matar friamente o Agente Coulson, movimento que mostrou as bolas roxas da Marvel.Mas em parte, isso foi uma manobra genial, já que o grande publico tem simpatia por Loki, mas quando ele mata um personagem do bem e popular, o ódio da situação não fica só nos personagens, que tem que lidar com a perca do amigo, mas também da audiência, que passa a torcer pros heróis, não pro vilão. Alias, a melhor reação da morte do personagem foi a do Tony Stark, que perdeu um amigo nunca assumido, diferente da visão de Steve tem da morte (muito mais fria e usual, pensando sempre como um soldado), e do "empurrão" dado por Fury a partir disso para que a Iniciativa Vingadores desse certo.

Algo bastante interessante também foi como todos os elementos se juntaram para criar o clima de tensão dentro da trama. Loki, por estra rondando o Dr Selvig a algum tempo, sacou as intenções da agencia de fazer armas com o poder do Cubo Cósmico.Armas essas que serviriam para defesa da Terra caso alguma força dos Nove Reinos ou de outro lugar do espaço viesse ao ataque.Juntando a isso temos a constante ameaça do Hulk surgir, gerando reações de cagaço profundo da Viúva Negra (que virou amiga de Banner ao decorrer do filme) e até mesmo do Nick Fury, além da esperada rixa entre Stark e Rogers, afinal são mentes diferentes tendo que aceitar um ao outro.O segundo ato é que nesses atritos ocorrem, sem deixar de lado a ação.

No fim, Avengers é um filme sólido, enxuto e bem feito.Apesar de não superar exatamente as suas expectativas, elas eram bastante altas e o filme as cumpre muito bem. Não é o melhor filme baseado em HQs como muitos estão falando, mas sem sombra de dúvidas é o melhor filme da Marvel já feito, seja produzido pela editora ou por outros estúdios de cinema. Assista dezenas de vezes porque ele merece e você sairá completamente satisfeito todas as vezes.

 NOTA; 9,0