quinta-feira, 23 de junho de 2011

Plantão do Monitor: Sobre o "Reboot" da DC...

Publicado originalmente em: http://blogclimax.blogspot.com/2011/06/plantao-do-monitior-sobre-o-reboot-da.html


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Finalmente falarei sobre a completa mudança editorial da DC. Não será tão longa quanto eu queria (to afim de evitar a fadiga), mas vai mostrar bem minhas ideias em relação a isso.O que curti e não curti, e minha opinião sobre essa budega toda.

Bem, não vou me fixar aqui no que acontece por detrás da cena, de quem teve a ideia. Sabe-se que essa mudança completa iria contecer depois de Crise Final, mas o editor da época, Paul Levitz, não queria mudanças tão drásticas na editora. Após sua saida no cargo e querendo aumentar suas vendas, a Warner impos isso e a DC atual (comandada por Dan Didio, Jim Lee e Geoff Jonhs) teve que mudar praticamente tudo para por essas mudanças em pratica. É só isso. Como diria Quinn Gon Jin: "sempre há um peixe maior". Por isso não cagarei regra sobre os bastidores, diferente de muitos, porque coisas como essa acontecem nas grandes editoras, e querer que funcione de modo mais "independente" não tem espaço. É tudo sobre tentar escrever as melhores historias e vendê-las. Não vou me esquentar com isso, vou falar agora do que me interessa: a qualidade das histórias, e de como essa mudança de fato começou.


Bem, voltaremos a 2006. No verão americano, chegava Superman Returns nos cinemas. Apesar de ter sido um ótimo filme tendo como base o até então intocavel canône de Richard Donner, as pessoas não conseguiam se identificar com ele. Caiu a ficha que, de fato, o Superman não tinha uma cara para o publico moderno. Não mudar, mas se modernizar, não só para o publico geral mas também para os leitores de quadrinhos. Tanto que as grandes (e melhores) histórias dos personagens nos ultimos anos são aquelas que questionam seu legado, seu papel no mundo moderno como simbolo e herói, e seu choque com as diferenças. Superman precisava se atualizar. O que acontece quando seu grande herói não consegue combinar com o mundo que vivemos?

Diferente do Kryptoniano, Batman só cresceu nos ultimos anos, se tornou um herói que todos adoram. Uma das explicações para esse efeito pode ser algo que Straczinsky disse em The Brave and the Bold: Batman é um monstro do nosso tempo, a mesma coisa com Frankenstein no inicio do século e Klaatu na decáda de 50. No caso, as HQS precivam abraçar dois fatos. Primeiro, Batman se tornou em heroi de todos, e segundo, Batman se tornou algo maior que Bruce Wayne, isso dentro e fora dos quadrinhos. Batman transcedeu a idéia de Homem e se tornou Simbolo, coisa que o Batman de Nolan mostra bem, e Grant Morrison, cara sempre antenado com as novidades, tornou o simbolo contra o crime que é o Batman em uma escala global com seu Batman INC.


Já na Mulher Maravilha o buraco é mais embaixo. Apesar dela ser importante para a nossa cultura pop, nunca teve tanta exposição quanto os outros membros da Trindade, e de certa maneira, estava passando por fases boas e/ou medianas, mas nada que a tornasse o centro das atenções. Nesse caso uma mudança arriscada de status-quo foi feita, mas aí foi mais uma globalização com sucesso de todas as eras e facetas da personagem dos ultimos anos, preparando para mostrar essa personagem e fazer as pessoas se lembrarem o porque ela é importante.

Porque perdi meu tempo falando tudo isso? Pra mostrar que essa mudança já estava acontecendo, e era inevitavel. E em tempos que as midias ficam cada vez mais proximas e influenciam umas as outras, isso era necessario, especialmete numa grande empresa. Não que essa transição fosse calma, nunca é, mas de certo modo libera e dá espaço a outros artistas para poder terem espaço criativo, largando um pouco do monopólio de 2 escritores tão comum hoje em dia tanto na DC quanto na Marvel.Temos uma linha só de terror e suspense, uma mais adulta, coisas que dentro da editora não acontecia a tempos. Há um esforço conjunto de trazer o Superman de fato ao nosso tempo, além de "ressucitar" velhos personagens a um novo publico, como os Blackhawks. O reboot só foi o climax (sem trocadilho) com essas lentas mudanças que já estavam acontecendo.

Mas nem tudo é flores. A Sociedade da Justiça (por enquanto) sumiu, e oficialmente foi substituida pelo Stormwatch como a primeira equipe dentro do Universo DC. Acho que a pior mudança da "nova DC" foi o fato de Barbara Gordon ter voltado a andar, jogando praticamente todo a evolução da personagem como Oraculo no lixo. Se fossem dar uma cara jovem a Batgirl, deveriam ter continuado com Sthepanie Brow no uniforme. Mas de resto, ou to curtindo muito (All Star Western) ou darei o beneficio da dúvida. Porem, para mim acho bacana o lance de começar no passado e depois saltar pro futuro, mostrando os reflexos dos personagens no passado e futuro, apesar que isso certamente cortará certas coisas da cronologia dos personagens (o que deixa os leitores mais velhos putos).


Basicamente, minha opinião sobre tudo isso é: mudanças são necessarias. Mas não mudanças pra você, leitor de anos e anos e que tá cansado do padrão atual das 2 grandes. A intenção é aproximar as midias e trazer novos leitores. Nas contas de Kurt Busiek "DC pré-Era de Prata: 18 anos ou mais. A Era Terra-Um: 29 anos? Pós-Crise: 25 anos, instável até o final. E agora ... uma nova era". E pra complementar uso as palavras de Dan Slott "Uma das regras mais importantes dos quadrinhos: Cada edição é a primeira revista de alguém". [NOTA DO CORTO MALTESE: Essa frase originalmente é de autoria de Stan Lee.]

Mudanças acontecem...
Outro que compartilha minha opinião em relação ao "reboot" é J.M. DeMatteis que fala "É muito simples: Se os resultados do reboot da DC resultarem em grandes histórias, vai ser um sucesso, se não, vai ser um fracasso. HISTÓRIA é tudo que importa". Outro que abraçou a mudança de mente aberta é Tom Bondurant, do site Robot 6. Algo interessante que foi apontado pelo Area 171 foi a "desmooralização" da editora, se livrando de muitos dos conceito criados pelo barbudo (apesar de achar a mimização em relação a Wacthmen exagero, porque eles não vão mexer no vespeiro).

Mudanças em um FLASH(POINT)!

Mas pra vocês falarem que eu não mostro o lado de quem não gostou das mudanças, Steve Niles, um dos grandes artistas independentes dos Estados Unidos, falou e muito sobre a mudança e como isso afeta os escritores que estão fora do circuito Marvel-DC no Ifanboy. Mas nas proprias palavras de Jim Lee: "minha intenção não é fuder tudo com o reboot, eu amo esses personagens!"


Bem, como hoje em dia to mais interessado em boas hsitorias do que firulagens por detrás do palco, vou esperar até setembro pra ver como essa nova linha sai. Sei que muitos de vocês não vão concordar comigo, mas além de ver pornografia e falar mal de tudo e de todos, a internet serve para vocês expressarem suas opiniões pra quem quiser, certo?