sexta-feira, 31 de maio de 2013

Review: 'Superman: Earth One'


A linha 'Terra Um' foi criada pela DC Comics como uma linha de grapic novels com histórias totalmente fechadas e fora da cronologia das revistas normais da editora, dando oportunidade para que escritores e artistas possam recriam esse icônicos personagens uma nova voz e visual para um novo tempo. Após uma saída polêmica das revistas da Mulher Maravilha e Superman, o escritor J Michael Straczynski decide dar um novo olhar sobre o Superman, recontando um momento importante de seu passado por uma outra ótica. Mas depois da broxante 'Origem Secreta' de Geoff Johns erá que as origens de Superman poderiam ser recontadas de forma original e refrescante?

Mas vamos começar pelo começo, no caso, a história: Após a morte de seu pai, Clark Kent sai de Smallville e vai em direção a cidade grande tentar arranjar um futuro para si.De jogador a baseball a cientista, Clark poderia fazer tudo que quisesse, mas não é uma pessoa feliz: descobriu jovem que na verdade ele veio de outro planeta e que tem poderes que vão muito além das capacidades de um humano comum. Passando a vida toda tendo seus sentimentos e vontades contidas, tudo muda quando é obrigado a tomar uma decisão após a invasão alienígena à terra de Tyrion, que tem motivos bastante importantes para quer o ultimo filho de Krypton morto. perante essa situação, ele aceita que sua verdadeira vocação é ajudar as pessoas, e faz isso com o nome que seu pai terráqueo lhe deu: Superman.


A abordagem se diferencia das demais origens do Superman ao começar pela época da qual ele escolher abordar: o final da adolescência e o inicio da vida adulta. Um momento que só foi abordado uma vez, e de forma bem diferente, em 'Superman: The Early Years', ainda antes da primeira Crise. Mas o foco em 'Earth One' é bem real e característico das pessoas de sua idade, e é nesse ponto que ela mostra sua maior virtude: acima de tudo, o personagem é humano e totalmente reconhecível, tornando a história com uma qualidade atemporal devido ao conflito interno do personagem. Clark Kent sente que no fundo deve ser o Superman, mas não vê motivos para isso, especialmente motivos internos, por achar que no momento em que se revelasse ao mundo, as pessoas veriam ele como uma ameaça. Além disso, ele tenta fazer o bem por uma serie de outros trabalhos, mas são meios dos quais de certo modo ele ainda estaria escondido, não podendo ser livre e demonstrar seu verdadeiro eu, muito menos alcançando a felicidade.Isso é claro quando Perry White descreve o estilo de escrita de Clark Kent como "contido", mostrando quão fundo o problema de Clark de ser uma pessoa mais descontraída e sem paz com o que é.


Outro ponto de destaque é a dupla Lois Lane e Jimmy Olsen. Sim, dupla, pois ambos são colocados no mesmo patamar. Especialmente, Jimmy Olsen sofre a maior alteração entre os personagens, se demonstrando um ferrenho fotojornalista que não tem medo de por a vida para pegar o melhor angulo. Lois Lane de certo modo continua sendo a mesma intrépida repórter, mas que não consegue expor suas opiniões de seu trabalho, por causa da pressão do chefe Perry White, que está mais tentando manter o jornal de pé contra a massiva concorrência do que tentar fazer um jornalismo com liberdade e opinião.No geral, o ambiente do Planeta Diário, de querer mostrar os problemas da cidade, e  não escondê-los como os outros jornais fazem, o que acende o interesse de Clark de trabalhar no jornal.No fim das contas, Superman reacende a esperança não somente da cidade de Metropolis, mas especialmente do trio Lane/Olsen/White, que no fim foi recompensada como a criação dos primeiros verdadeiros amigos de Clark Kent depois de sua aceitação, especialmente na hora que ele é salvo por Lois e Jimmy do raios de sol vermelho. O interessante notar que que a relação Lois e Clark, por enquanto é de pura amizade, já que ele tem outros interesses femininos que certamente serão melhor explorados no Volume 2.


Outros personagens de suma importância para a trama são os Kent, já que durante o curso da trama temos flashback que mostram a criação que eles deram pro garoto. Tendo opiniões antagônicas, porém complementares, ajudam a Clark responder as suas duvidas e ter força para seguir em frente. A morte de Jonathan indica que Clark finalmente vai ter que por os passos em pratica o que seus pai lhe contaram a vida toda. Além disso, há um desejo deles de que o filho possa alcançar todo seu potencial utilizando a imagem do Superman, e com ambos tendo opiniões próprias sobre os porquês do visual. No fim das contas, Clark acaba se tornando aquilo que os pais deles queriam, mas não houve pressão por parte deles para que aquilo aconteça, mostrando o quão forte são as suas conexões terrestres.


A presença militar também é um fator bastante importante para a história, seja no lado dos humanos ou alienígenas. No caso temos a figura da Major Sandra Lee, que ajuda a resolver parte do mistério sobre a origem kryptoniana de Kal-El por meio de sua Nave (que alias, foi um componente que nunca fizeram funcionar direito em outras mídias e que aqui teve um ótimo papel). Falando em origem Kryptoniana, essa deve ser a parte a polemica, pelo menos entre os fãs: Krypton era um pais avançado cientificamente, e fortemente bélico, que conviva em conflito constante com seu planeta vizinho Dheron, que devido a intervenção de um misterioso "benfeitor", faz que Tyrell e outros dheronianos implantem bombas no subsolo de Krypton, fazendo ele explodir. No caso, o acordo feito com o "benfeitor" determina que todo kryptoniano esteja morto para que seus segredos sejam compartilhados com seu povo, fazendo Tyrell viajar pela galaxia atrás de Kal-El, se revelando ao terráqueos e mudando a história de nosso mundo para sempre.  O grande problema dessa situação para alguns é a mensagem que a Nave manda para Kal-El, mensagem essa provavelmente escrito por Lara e Kal-El: "vingue a morte de nosso lar, filho". O que muitos acharam muito radical para um personagem normalmente calcado pela razão (afinal, ele é um cientista) pode gerar situações interessantes, se houver uma situação em que Zod, ou o misterioso benfeitor, apareça e peça para Superman cumprir o pedido de seus pais.Será o protetor da terra mataria para cumprir o desejo de sua raça?


No geral, 'Earth One' se sai muito bem em estabelecer uma origem ao Superman, apesar de ser mais carregada de ação do que eu esperava.O uso dos grandes quadros deu oportunidade de Shane Davis brincar com o cenário ao seu redor, colocando detalhes que nos fazem querem investigar o que acontece. Além disso, o artista escolheu muito bem os rostos e expressões dos personagens, (Jennifer Carpenter como Lois Lane foi genial) e soube muito bem trabalhar com a ação. Straczynski decidiu usar uma abordagem mais cinematográfica no começo, o que pode deixar o ritmo dos acontecimentos um pouco confuso, mas estabeleceu bem as regras, capacidades e limites do Superman neste novo mundo.No fim, Earth One trouxe até então uma das mais humanas e empolgantes versões da origem do Superman, utilizando elementos antigos e novos para criar um produto diferencial de fato, bem diferente da ultima tentativa.

NOTA:8,5