domingo, 20 de dezembro de 2015

As 10 melhores histórias da Mulher Maravilha da década passada


Ano que vem a DC Comics vai vir veloz e furiosa com a expansão do DCEU (DC Expanded Universe, o nome oficial do universo cinemático da editora) lançando 'Batman V Superman' e 'Suicide Squad'. Além disso, a personagem a se ficar de olho é ninguém menos que Diana Prince, a Mulher Maravilha, que além de estar em 'Batman V Superman', também está fazendo história com seu primeiro filme solo já estar sendo gravado na Inglaterra. Então, seguindo o post que fiz outrora com o Superman, vamos aqui destacar 10 das melhores histórias da personagem entre os anos 2000-2010 e uma menção honrosa, lembrando que é importante observar que a lista não tem ordem especifica de importância, então relaxem. Isso aqui não é uma competição, é uma celebração. Então vamos lá!

Menção Honrosa: Wonder Woman (2009) Direção: Lauren Montgomery
O primeiro filme de fato da personagem saiu em 2009, parte da linha animada DC Universe, dirigido por Lauren Montgomery e com roteiro de Gail Simone (nome que você vai ver muito por aqui) e Michael Jelenic, e seu único defeito é que não é de fato o filme live action que ela tanto precisa. Mesmo com Joss Whedon (The Avengers, Firefly) no cargo do filme live action que não acabou acontecendo, é difícil imaginar que ele conseguiria um resultado que equilibrasse ação, humor, romance, girl power e mitologia de forma tão amarrada quanto esse filme. Pra completar, teve um elenco estelar e impressionante para o tipo de animação da época, incluindo Alfred Molina, Oliver Platt e Virgina Madsen, além dos favoritos Nathan Fillion, Rosario Dawnson e Keri Russell no papel principal. Se vocês querem fazer as pessoas não leitoras de quadrinhos se interessarem pela personagem, esse é com certeza um ótimo ponto de partida.


1) A Day in Life (Wonder Woman #170)
Começando a lista com essa clássica história de Joe Kelly e Phil Jimenez (outro nome que você vai ver bastante aqui) com Lois Lane acompanhando a Mulher Maravilha durante 24 horas para fazer uma reportagem ao Planeta Diário. Os dois maiores ícones femininos da DC Comics (e dependendo da versão que você ler, os dois amores do Superman) se reúnem aqui para, a partir da visão de Lois, descobrir mais sobre Diana, a pessoa por trás da princesa/ embaixadora/ heroína, ao mesmo tempo que a própria Lois põe em cheque seus problemas pessoais com ela. Mas no processo, vemos que Lois finalmente entende porque Diana é assim, e assim uma amizade é formada e, em especial, o respeito entre elas é solidificado.


2) Wonder Woman: The Hiketeia
'The Hiketeia' abre as portas para a soberba fase de Greg Rucka a frente da personagem, numa história com arte de J.G Jones (Final Crisis), que dita muito sobre a futura abordagem dele quando assume a revista solo. Aqui temos uma jovem que acaba pedindo ajuda a Diana, selando o contrato chamado 'Hiketeia' do título, onde ela terá que protegê-la para sempre de qualquer mal. O problema é que essa jovem matou os traficantes de drogas que a usavam como escrava sexual, colocando ela em conflito com o Batman, e também com as Fúrias, loucas para matar Diana caso ela não cumpra a Hiketeia. A tragédia mora é que na tentativa de se fazer justiça, as vezes quem sai mais machucado desse situação é o próprio inocente, que as vezes é nem visto como tal. A moral de Hiketeia é que para Diana, perdão é também uma forma de se fazer justiça, mas não é necessariamente para os outros. Já falei dessa história brevemente aqui.


3) Eyes of the Gorgon
Outra história diretamente da fase de Greg Rucka, com colaborações de James Raiz, Sean Phillips, J.G. Jones e Drew Johnson na arte. Enquanto tentar impedir uma guerra entre o governo americano e Themyscera, ameaça trazida pela volta da Medusa faz ela e Diana entrarem em conflito, mas a vitória é cobrada a um preço alto: Diana se cega para pode derrota-lá. Mesmo sem pode ver, Diana ainda não para de tentar continuar com suas tarefas de heroína, mesmo colocando-se contra a Liga da Justiça para provar o contrário. Definitivamente um dos momentos mais bad-ass da história da personagem, provando a força de vontade da mesma perante as mais difíceis e se fazendo justiça de porque ela é a personagem feminina definitiva dos quadrinhos. Obviamente, ela volta a enxergar depois, mas mesmo assim, o novo momento clássico é criado.


4) Gods of Gotham
Uma das histórias mais divertidas tanto do Batman, quanto da Mulher Maravilha, mostra o que acontece quando Deimos (Deus do Terror), Eris (Deusa da Discórdia), e Phobos (Deus do Medo) incorporam-se no Coringa, Hera Venenosa e Espantalho, respectivamente, para tocar o terror em Gotham, e consequentemente, no mundo. A história foi escrita por J.M DeMatteis em parceria com Phil Jimenez, que assume também os roteiros junto com a arte da mesma. Aqui o que mora é a diversão de ver dois mundos se colidindo e as interações entre eles, como por exemplo as parcerias entre  Ártemis e a Caçadora, e como vilões psicopatas lidam com deuses que representam as suas ações. 4 edições recheadas do mais puro awesomeness antes das coisas realmente ficarem sérias para Diana...


5) Paradise Lost/Paradise Found
Talvez eu estou trapaceando, por serem duas histórias diferentes? Sim, mas eu tenho motivos pra juntar essas duas histórias juntas: eles funcionam muito bem como uma trilogia. 'Paradise Lost' conta como Diana e Hyppolita (sua mãe) se distanciam uma da outra devido aos conflitos entre ser rainha das amazonas e ser uma super heroína, enquanto um plano arquitetado pela vilã Ariadne põe em conflitos as duas tribos (sim, existem duas) de Amazonas, as de Themiscera e as de Bana-Mighdall. Apesar da Mulher Maravilha acabar com o conflito, no final Diana e Hypolita são banidas de Themiscera e retirada de seus postos. Em 'Paradise Found', após a morte da sua mãe e a destruição de  Themiscera na saga 'Our Worlds At War', vemos como Diana reconstrói a ilha junto com as amazonas remanescentes, unindo as duas tribos amazonas, e abrindo o espaço para que ideias e conceitos sejam incentivados a serem feitos e discutidos afim de tornar não só as Amazonas, mas as pessoas em geral, melhores. E no fim, Diana entre em contato com Hyppolita em sua pós-morte para enfim, mãe e filha refazerem as pazes.

 

A história mostra exatamente uma das coisas mais formidáveis sobre a personagem: pelo papel que a representa, ela sempre passa por constantes reformulações que a modifica e modifica o mundo ao seu redor, mas nunca necessariamente a mudando de fato, especialmente por reboots ou retcons. Mulher Maravilha sabe a hora de lutar e faz isso muito bem, porém sempre vai tentar resolver seus problemas do jeito mais diplomático possível. Ser separada de suas irmãs e de sua mãe a machucou, mas ali ela achou uma oportunidade de torná-las mais unidas do que nunca. Ela retribui todas as desgraças que aconteceram com ela com força para tornar não só ela, mas as pessoas com que ela se importa, melhores, partindo de uma situação ruim que feriu a todos (física e emocionalmente), e unindo a todos no fim. E essa é uma lição que podemos com certeza levar para a vida. 'Paradise Lost' foi feita por Phil Gimenez (roteiro e arte) e George Perez (roteiro), e 'Paradise Found' foi feito por Phil Gimenez (roteiro e arte).

6) Sacrifice Part 4 (Wonder Woman #219)
A equipe formada por Greg Rucka (roteiro) e Karl Kerschl (arte) traz a parte final do arco 'Sacrifice', onde Superman enfrenta uma série de inimigos só para depois perceber que estava sendo iludido mentalmente por Maxwell Lord. Com o vilão acabando por dominar a mente do Superman, Diana tenta conversar com seu amigo em vão, desbravando uma batalha épica que quase a leva a morte. A solução para o conflito acaba sendo a mais brutal: Max Lord diz que só matando ele para eliminar seu controle sobre o Superman, e assim ela o faz, quebrando seu pescoço, facilmente um dos momentos icônicos mais polêmicos da personagem, senão o mais polêmico dela. Desde 'Kingdon Come' chegou com uma abordagem que focava mais na guerreira no que na embaixadora (sendo que na história tem todo um contexto para isso) houve sempre discussões entre fãs e escritores sobre até que ponto a embaixadora acaba e a guerreira começa, e como não desviar muito a ir à extremos dos dois lados, e essa edição (e as histórias que a seguiram) definitivamente põe essa discussão essas questões novamente, de forma direta dentro do canon.



7) JLA: A League of One
A unica história da Liga da Justiça presente nesta lista, mesmo que o foco dela seja mais na Mulher Maravilha do que em outros personagens. Outro fato que torna está história interessante é que Christopher Moeller escreveu, desenhou, arte-finalizou e coloriu o livro, um dos raros casos em quadrinhos mainstream onde se vê isso acontecendo. Diana recebe uma profecia de que um Dragão mágico despertou, e que quem vencê-lo vai morrer no processo. Recusando-se a deixar qualquer um de seus amigos ir para a morte, mas sabendo que nenhum deles nunca vai deixá-la enfrentar o dragão sozinho, ela prossegue para colocá-los todos fora de ação, impedindo-os de segui-la. Além da arte sensacional, temos uma situação que mostra exatamente a grandeza de caráter da Diana: ela não quer morrer, mas se coloca na frente dos outros para que ninguém mais além dela saia ferido desse conflito, sem pedir desculpas a ninguém por fazer aquilo que, honestamente, ela sabe que é a coisa correta.


8) The Circle
'The Circle' tem artes de Terry Dodson e é o primeiro arco de Gail Simone a frente da Mulher Maravilha, fazendo história também por ser a escritora a passar mais tempo escrevendo a personagem em sua publicação fixa. O Ciclo do título refere-se a Guarda Real pessoal de Hyppolita, composta por Myrto, Charis, Philomela e Alkyone. Elas eram contra o fato de Hyppolita ter uma criança, e com o nascimento de Diana, tentam fazer uma emboscada para matá-la, da qual falham e são presas para sempre. Após os eventos de 'Amazon Attack', elas conseguem escapar e se aliam ao Capitão Nazi para derrotar Diana e fazer seu próprio senso de justiça. Essa história trata-se de recomeços e especialmente de família: enquanto Diana tenta montar uma nova, também demonstra que o grande erro do Circulo foi em não perceber que, como Amazonas, todas são irmãs, filhas, e mães uma das outras. E que Diana no fim das contas é tão parte da família quanto qualquer outra Amazona, e que muito da personalidade dela foi moldada exatamente por esse pensamento, de tratar a todos como família porque você no fundo quer ver bem a todos e acreditar no bem em todos.


9) Rise of the Olympian
O maior épico escrito por Gail Simone a frente da revista (e no caso desenhado por Aaron Lopresti) conta a história de quando Zeus criou os Gargareans, raça feita a partir de guerreiros homens caídos no passado, agora trazidos de volta a vida para conseguir fazer aquilo que, na sua visão, as Amazonas não conseguiram. Entre os Gargareans, o maior deles e seu líder é Olimpiano, "o Mulher Maravilha homem", criado a partir do antigo herói Aquiles. Mas eles querem trazer a paz e os ensinamentos de Zeus a base da força bruta, o que faz entrar em conflito direto com a Mulher Maravilha. Mas manipulando a situação toda por detrás dos panos está Ares, Deus da Guerra, que manda Genocide para terminar o serviço que os Gargareans não estavam conseguindo. Dos muitos épicos da história da personagem, Simone e Lopresti trouxeram um dos mais sólidos e empolgantes, modificando até então o status quo da personagem naquele ponto com ótimas oportunidades. Além disso, também nos presenteou com Genocide, que frequentemente é descrita como "o Doomsday da Mulher Maravilha", que fala muito por si só.


10) Odyssey
Falei anteriormente que uma das qualidades da Mulher Maravilha é sempre mudar seu status quo sem necessariamente passar por modificações radicais, como reboots ou retcons. Então para a surpresa de muitos, a DC decidiu em 2010, na edição #600 da Mulher Maravilha, fazer uma radical transformação na personagem, dando um reboot em sua história. Nesta nova versão, um misterioso vilão destrói a Themyscera e as Amazonas com sua armada, forçando as poucas amazonas sobreviventes, incluindo a Princesa Diana, a se refugiar e se esconder no mundo dos homens. Mas o retorno desse vilão faz Diana agir e correr contra o tempo para que as Amazonas não sejam extintas de vez. tenho uma pegada mais realística que qualquer outra versão da personagem. mas aquilo que poderia ser um retcon fixo acaba sendo mais uma bela homagem, que enaltece todas as principais qualidades da personagem, sendo nesse sentido, pra mim, o 'All Star Superman' da personagem. A história é escrita por J. Michael Straczynski e Phil Hester, e desenhada por Don Kramer, Eduardo Pansica, Allan Goldman, Daniel HDR, Jay Leisten e Travis Moore.


E por aqui fechamos pessoal! Bom Natal e Ano Novo, e se preparem para um épico 2016! Outras Maravilhosas indicações de leitura sobre a personagem você pode ver aqui.