Publicada originalmente em Batmania Rio. Escrito por Diogo Oliveira
Grant Morrison, como já disse em entrevistas, definiu a sua fase trabalhando com o Batman como Bruce Wayne enfrentando seu pior pesadelo: o caos, o perigo e especialmente a dor devido a morte de seus pais, neste caso representado por duas grandes figuras paternais distorcendo não só o legado dos Wayne, mas também o legado do Batman. E nesse pensamento, um personagem foi criado: Damian, no caso o filho entre Talia e Bruce, gerado durante o clássico 'Filho do Demônio', só que com a diferença de que neste caso o filho nasceu, e no começo, usando uma definição mais educada, era um pé no saco, o ódio era instantâneo. Mas depois nos começamos a adorar o maldito bastardo, a medida que o próprio personagem descobria sua humanidade. A intenção de Morrison desde 'Batman e Filho', era mesmo matar o garoto, mas o manteve vivo visto o potencial do mesmo. Mas dessa vez, não teve jeito: o spoiler foi jogado na Internet e a própria DC fez uma forte propaganda sobre o destino do personagem.Mas a forte foi importante? fez sentido ou foi só para vender mais revistas? Vejamos isso na analise de 'Batman INC Vol 2 #08', e sim, tem spoilers de coisas ainda não publicadas no Brasil (além do fato que o encapetado Robin morre, obviamente).
Bem, pra quem não sabe o que acontece, vamos especificar aonde a história está na edição. Pra quem leu o primeiro volume de Batman INC (que saiu completo no Brasil), sabe-se que o Leviatã é na verdade Talia Head, e que ela comprou prédios abandonados no Park Row (área decadente de Gotham, onde há o Beco do Crime), e além, de ter infiltrado seu exército em Gotham, ainda pegou as crianças carentes da região para sua vil seita. Além disso, o principal guarda costa de Talia é na verdade um clone do Damian evoluido, e Batman descobre que no futuro, Damian virará o Batman e faz um pacto com o Demônio (aquele mesmo), porém ele falha, e a cidade do qual 3 gerações de Batman tentaram proteger é destruída. Esse recapitula é importante para entender o que essa edição significa não somente para o futuro da serie, mas para o entendimento da história em geral.
A edição começa com Robin, em sua roupa jet-pack invadindo a Torre Wayne, da qual Talia mantém Batman preso em sua armadilha, enfrenta um batalhão de crianças, um bando de soldados junto com Asa Noturna e finalmente encara seu "irmão gêmeo". É nesse momento, brutal em suas páginas e emocionalmente doloroso para quem lê, que Damian resiste até o ultimo segundo, até que seu peito é atravessado por uma espada, e no ultimo instante seu pai chega, dando ao jovem a oportunidade de ver seu pai pela ultima vez antes de morrer. É literalmente de partir de coração.
Nessa edição Morrison faz questão de mostrar tudo que faz a gente amar o Damian: temos o lado da violência descabida/exagerada no momento em que ele derruba sozinho um batalhão de crianças, temos um momento onde ele mostra uma rara ternura misturada com o habitual super-confiança de saber que ele é o melhor no que faz, neste caso com Dick Grayson, em que repete a parceria de 'Batman & Robin' cheio de influências de Frank Quitely que certamente faram os fãs corarem, e no final vemos o lado guerreiro de Damian, que não desiste de lutar nunca. E toda as suas ações até então tem um objetivo: ele acredita que pode mudar o pensamento da mãe sobre tudo que ela está fazendo, e mesmo com o velho truque do "olho branco sobre a mascara", dá pra perceber que ao encara o fato de que vai morrer, no fundo ela nunca o amou de verdade.
E nesse ponto chegamos na analise essencial sobre Batman INC: o primeiro volume se trata sobre rejeição. Rejeição de um homem por uma mulher, de um filho por sua mãe, e especialmente nesse caso, de uma filha por seu pai, o que leva a uma tentativa megalomaníaca de Talia de transformar Batman a imagem de seu pai, para que finalmente ela pudesse deixá-lo orgulhoso, nem que isso ela sacrifique tudo que ela como mulher, individuo, para o bem da missão. Ela sabe que a fraqueza do Batman é se importar com as pessoas em sua volta, por mais que ela saiba que admitir isso torna o ambiente onde vive mais frágil. E o segundo volume de Batman INC, por consequência, se trata sobre como o filho reage sobre essa intensa briga dos pais, que sim, na vida real pode levar mesmo a morte, exatamente pela culpa que a criança pode sentir por isso.
No caso, Damian decidiu apostar que o amor pela sua mãe salvaria a situação, e a sua consequente morte e o momento de choro da mãe descrito como "um momento de fraqueza" que entra a psicopatia comum dentro do bat-universo.E no fim das contas, a morte de Damian salva Gotham, mas pode (e vai) levar seu pai ao limites que ele se auto impôs. É a mesma situação que Jason Todd passou, só que mil vezes mais sofrível, já que Damian de fato era fruto dele, sangue do mesmo sangue, e certamente veremos as comparações entre as mortes dos Robins em destaque em 'Batman and Robin'. Isso são histórias extremamente reais e emocionais, contada da maneiras mais fantástica possível por Grant Morrison, esse gênio no que faz.
No fim, a resposta para essa pergunta é: Damian não morreu em vão. O que vai acontecer nesses próximos 4 meses que faltam para Batman Inc acabar de vez vão redefinir não somente a parceria entre Batman e seus sidekicks, já extremamente abalada por causa da 'Morte da Familia', mas vai redefinir especialmente como deve ser a dinâmica entre Batman e o(a) próximo a) Robin. Além disso, Morrison promete levar Bruce Wayne aos cantos mais escuros de sua alma de um jeito que ninguém até então fez, também havendo a oportunidade de mostrar algo novo do velho "dark-gritty-cruel-bat-man".Não será como Jason Todd, dessa vez haverá o troco, e isso poderá redefinir até mesmo como o Batman vai ser daqui pra frente. mais do que nunca, Batman precisa não somente de um Robin, mas o próprio senso de família construído a partir de Bat-Squad, Batman Inc, entre outras equipes. Porque serão tempos negros, muitos diferentes daquilo que você normalmente considera, porque algo que o Morrison não tem vergonha nenhuma é de ousar, e particularmente nós adoramos isso. pra acabar essa post de uma história que parte corações, uma tirinha que vai acabar de fazer o serviço de destruir o seu dia:
Grant Morrison, como já disse em entrevistas, definiu a sua fase trabalhando com o Batman como Bruce Wayne enfrentando seu pior pesadelo: o caos, o perigo e especialmente a dor devido a morte de seus pais, neste caso representado por duas grandes figuras paternais distorcendo não só o legado dos Wayne, mas também o legado do Batman. E nesse pensamento, um personagem foi criado: Damian, no caso o filho entre Talia e Bruce, gerado durante o clássico 'Filho do Demônio', só que com a diferença de que neste caso o filho nasceu, e no começo, usando uma definição mais educada, era um pé no saco, o ódio era instantâneo. Mas depois nos começamos a adorar o maldito bastardo, a medida que o próprio personagem descobria sua humanidade. A intenção de Morrison desde 'Batman e Filho', era mesmo matar o garoto, mas o manteve vivo visto o potencial do mesmo. Mas dessa vez, não teve jeito: o spoiler foi jogado na Internet e a própria DC fez uma forte propaganda sobre o destino do personagem.Mas a forte foi importante? fez sentido ou foi só para vender mais revistas? Vejamos isso na analise de 'Batman INC Vol 2 #08', e sim, tem spoilers de coisas ainda não publicadas no Brasil (além do fato que o encapetado Robin morre, obviamente).
Bem, pra quem não sabe o que acontece, vamos especificar aonde a história está na edição. Pra quem leu o primeiro volume de Batman INC (que saiu completo no Brasil), sabe-se que o Leviatã é na verdade Talia Head, e que ela comprou prédios abandonados no Park Row (área decadente de Gotham, onde há o Beco do Crime), e além, de ter infiltrado seu exército em Gotham, ainda pegou as crianças carentes da região para sua vil seita. Além disso, o principal guarda costa de Talia é na verdade um clone do Damian evoluido, e Batman descobre que no futuro, Damian virará o Batman e faz um pacto com o Demônio (aquele mesmo), porém ele falha, e a cidade do qual 3 gerações de Batman tentaram proteger é destruída. Esse recapitula é importante para entender o que essa edição significa não somente para o futuro da serie, mas para o entendimento da história em geral.
A edição começa com Robin, em sua roupa jet-pack invadindo a Torre Wayne, da qual Talia mantém Batman preso em sua armadilha, enfrenta um batalhão de crianças, um bando de soldados junto com Asa Noturna e finalmente encara seu "irmão gêmeo". É nesse momento, brutal em suas páginas e emocionalmente doloroso para quem lê, que Damian resiste até o ultimo segundo, até que seu peito é atravessado por uma espada, e no ultimo instante seu pai chega, dando ao jovem a oportunidade de ver seu pai pela ultima vez antes de morrer. É literalmente de partir de coração.
Nessa edição Morrison faz questão de mostrar tudo que faz a gente amar o Damian: temos o lado da violência descabida/exagerada no momento em que ele derruba sozinho um batalhão de crianças, temos um momento onde ele mostra uma rara ternura misturada com o habitual super-confiança de saber que ele é o melhor no que faz, neste caso com Dick Grayson, em que repete a parceria de 'Batman & Robin' cheio de influências de Frank Quitely que certamente faram os fãs corarem, e no final vemos o lado guerreiro de Damian, que não desiste de lutar nunca. E toda as suas ações até então tem um objetivo: ele acredita que pode mudar o pensamento da mãe sobre tudo que ela está fazendo, e mesmo com o velho truque do "olho branco sobre a mascara", dá pra perceber que ao encara o fato de que vai morrer, no fundo ela nunca o amou de verdade.
E nesse ponto chegamos na analise essencial sobre Batman INC: o primeiro volume se trata sobre rejeição. Rejeição de um homem por uma mulher, de um filho por sua mãe, e especialmente nesse caso, de uma filha por seu pai, o que leva a uma tentativa megalomaníaca de Talia de transformar Batman a imagem de seu pai, para que finalmente ela pudesse deixá-lo orgulhoso, nem que isso ela sacrifique tudo que ela como mulher, individuo, para o bem da missão. Ela sabe que a fraqueza do Batman é se importar com as pessoas em sua volta, por mais que ela saiba que admitir isso torna o ambiente onde vive mais frágil. E o segundo volume de Batman INC, por consequência, se trata sobre como o filho reage sobre essa intensa briga dos pais, que sim, na vida real pode levar mesmo a morte, exatamente pela culpa que a criança pode sentir por isso.
No caso, Damian decidiu apostar que o amor pela sua mãe salvaria a situação, e a sua consequente morte e o momento de choro da mãe descrito como "um momento de fraqueza" que entra a psicopatia comum dentro do bat-universo.E no fim das contas, a morte de Damian salva Gotham, mas pode (e vai) levar seu pai ao limites que ele se auto impôs. É a mesma situação que Jason Todd passou, só que mil vezes mais sofrível, já que Damian de fato era fruto dele, sangue do mesmo sangue, e certamente veremos as comparações entre as mortes dos Robins em destaque em 'Batman and Robin'. Isso são histórias extremamente reais e emocionais, contada da maneiras mais fantástica possível por Grant Morrison, esse gênio no que faz.
No fim, a resposta para essa pergunta é: Damian não morreu em vão. O que vai acontecer nesses próximos 4 meses que faltam para Batman Inc acabar de vez vão redefinir não somente a parceria entre Batman e seus sidekicks, já extremamente abalada por causa da 'Morte da Familia', mas vai redefinir especialmente como deve ser a dinâmica entre Batman e o(a) próximo a) Robin. Além disso, Morrison promete levar Bruce Wayne aos cantos mais escuros de sua alma de um jeito que ninguém até então fez, também havendo a oportunidade de mostrar algo novo do velho "dark-gritty-cruel-bat-man".Não será como Jason Todd, dessa vez haverá o troco, e isso poderá redefinir até mesmo como o Batman vai ser daqui pra frente. mais do que nunca, Batman precisa não somente de um Robin, mas o próprio senso de família construído a partir de Bat-Squad, Batman Inc, entre outras equipes. Porque serão tempos negros, muitos diferentes daquilo que você normalmente considera, porque algo que o Morrison não tem vergonha nenhuma é de ousar, e particularmente nós adoramos isso. pra acabar essa post de uma história que parte corações, uma tirinha que vai acabar de fazer o serviço de destruir o seu dia:
